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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Como a Marca da Besta foi Compreendida ao Longo da História



No capítulo 13 de Apocalipse são vistas duas bestas, a primeira que emerge do mar (Ap 13.1) e a segunda que emerge da Terra (Ap 13.11). Segundo os versículos 16-18, a Besta que possui uma marca é a primeira, a que emerge da Terra (Ap 13.1). Para sabermos o que é a marca da Besta, precisamos saber, primeiramente, o que é esta Besta.
A maioria dos autores cristãos concorda que esta primeira Besta, na simbologia apocalíptica, simboliza o Anticristo. Entretanto, a concordância termina quando o assunto é a identidade da Besta, o Anticristo. Ao longo da história, a Besta que possui uma marca tem sido identificada de diferentes maneiras, tais como: um reino, um sistema político, o sistema papal, um governante do passado, um governante do presente ou um governante futuro.
Os reformadores, como Martinho Lutero e João Calvino[1], entendiam que a Besta simbolizava o papado romano. Essa visão, geralmente, é encontrada entre os amilenistas historicistas como: John Wycliffe, John Knox, John Wesley, Confissão de Fé de Westminster[2], Charles Spurgeon, Martin Lloyd-Jones etc.[3] Desta forma, os autores protestantes da Reforma, e também autores historicistas mais recentes, possuem uma tendência de alegorizar o que é a marca da Besta, dizendo que ela não é uma marca literal colocada sobre a pele das pessoas. Spurgeon, por exemplo, não acreditava que essa marca seria uma marca literal e física colocada na mão direita ou na testa das pessoas. Através de uma interpretação simbólica, este autor entendia que aceitar a marca na testa era apenas uma forma alegórica de falar da aceitação das ideias do sistema anticristão representado pela Besta, enquanto aceitá-la na mão direita significaria praticar os atos pecaminosos deste sistema.[4]
Os adventistas do sétimo dia, que também seguem uma forma de historicismo, entendem que a Besta de Apocalipse 13 é o sistema papal romano. Justamente por este motivo, eles afirmam que a marca da Besta não será uma marca literal colocada sobre a pele, ou um chip implantado nas pessoas, mas uma marca que representa a lealdade da pessoa para com o sistema representado pela Besta: o papado.[5]  De acordo com esta visão, a Besta – o sistema papal –  irá, no final dos tempos, instituir o domingo como o dia de adoração; desta forma, o domingo será a marca da Besta, enquanto o sábado será a marca de Deus.[6]
Um recente e famoso teólogo historicista, William Hendrikesen, entende que a Besta de Apocalipse simboliza o poder perseguidor de Satanás contra a Igreja, que opera nas nações e através de seus governantes, em qualquer período da história. Em seu comentário do livro de Apocalipse, ele afirma que no mundo antigo os escravos eram marcados e, dessa forma, a marca assumia um símbolo de posse. Receber a marca de alguém, portanto, significa pertencer a alguém. No caso da Besta, receber sua marca significa aceitar ou pertencer a este sistema anticristão perseguidor da Igreja, e não aceitar uma marca literal na mão direita ou na testa. Para o autor, em qualquer período da história em que se manifestou algum poder perseguidor contra Igreja, ali estava tanto a Besta como a sua marca. Ele completa seu pensamento afirmando:
 “A “marca da besta” é o espírito do anticristo que se opõe a Deus, que rejeita Cristo, perseguindo,  em qualquer momento ou lugar em que  ele se mostrar. Esta marca está impressa na testa ou na mão direita (cf. Dt. 6.8). A testa simboliza a mente,  a filosofia de uma pessoa. A mão direita indica seus atos, ação, comércio, indústria, etc. Assim, receber a marca da besta na testa ou na mão direita indica que a pessoa  pertence àqueles que  perseguem a Igreja.”[7]
Os estudiosos preteristas, por sua vez, afirmam que a Besta de Apocalipse 13 não é o papado romano nem um governante futuro e sim um governante do primeiro século. Stanley Gundry, autor preterista, afirma: “Entendo que a besta retrata o império romano (o reino) de modo geral e o imperador César Nero (o rei) de modo específico”.[8] Desta forma, a marca da Besta não pode ser um chip ou uma marca qualquer do tempo presente, ou mesmo do futuro, porém, deve ser necessariamente uma marca relacionada ao primeiro século e ao Império Romano.
Diferentemente dos preteristas, os estudiosos futuristas acreditam que a Besta de Apocalipse 13 é um personagem futuro; alguém que se tornará um governante mundial. Durante o seu governo, que terá uma extensão jamais vista, ele obterá o controle total sobre a economia de todo o mundo. Para que uma pessoa possa comprar ou vender, será necessário que ela possua uma marca física e literal na sua mão direita ou na testa (Ap 13.16-17).
Observe, então, que a visão futurista – que entende que a marca será uma marca literal colocada na mão direita ou na testa das pessoas – só pode ser verdadeira se a Besta –  o Anticristo –  for: 1) um homem; e 2) um futuro governante mundial. Este livro é baseado na visão futurista. Por isso, antes de sabermos o que é a marca da Besta, será necessário mostrarmos, através da Bíblia, que a Besta é um personagem humano e também futuro.

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1 – A marca será colocada “sobre” a mão direita ou “sobre” a testa das pessoas
As traduções portuguesas da Bíblia afirmam que a marca da Besta será colocada na mão direita ou na testa dos seguidores do Anticristo. Os teólogos futuristas dizem que a marca será implantada nas pessoas e consideram, ainda, que esses dois lugares são as únicas partes do corpo humano que não possuem rejeição ao implante do chip.
Porém, escrevendo no início do século passado, quando ainda não se pensava na marca como um chip, Isbon Beckwith entendeu que o sinal do Anticristo será colocado na mão direita ou na testa das pessoas justamente por serem eles locais de boa visibilidade do corpo humano, o que facilitaria na identificação dos seguidores do Anticristo.[9] Alguns comentaristas modernos, também, mantendo a mesma linha de raciocínio, entenderam que esses dois locais foram escolhidos justamente por causa da visibilidade que eles proporcionam e não por questão de adaptação ao chip.[10] Para justificar esta visão, a qual creio estar correta, os autores futuristas apontam para o fato de que a melhor tradução da passagem que faz referência a esses dois locais do corpo humano é “sobre a mão ou sobre a testa” e não, como se vê nas traduções do português, “na mão direita ou na testa”.

A preposição grega “epi” e sua tradução
O Dr. Thomas explica que a marca deve ser coloca “sobre” a mão direita ou “sobre” a testa, o que justifica a preposição grega “epi”, que aparece antes dos substantivos mão e testa.[11] Ele continua afirmando que a marca será visível e que os locais escolhidos, mão direita e testa, apontam para este fato.[12] É verdade que o termo “epi pode ter outros significados, mas também é fato que o seu significado primário e natural é “sobre”. Desta forma, a interpretação mais natural e preferível do texto, a menos que o contexto exija o contrário, é de que a marca da Besta será colocada “sobre” a pele das pessoas. Isto nos leva a entender que, provavelmente, ela será uma marca visível. [13]
Por isso, alguns autores futuristas têm rejeitado a ideia de que a marca da Besta será um chip implantado nas pessoas. Por exemplo, o Dr. Mark Hitchcock, analisando o texto  13.16, afirma que a preposição grega “epi”, usada neste texto (“na mão ou “na testa), refere-se a algo que é colocado “sobre a mão ou “sobre a testa, e não algo “implantado nestas partes do corpo, como o biochip.[14] A mesma visão é compartilhada pelo Dr. Ron Rhodes que, observando o uso da preposição, comenta:
“Note-se que esta marca estará “sobre” as pessoas, não “dentro” delas (como uma espécie de microchip). Será na mão direita ou na testa e será visível a olho nu (talvez como uma tatuagem), não escondida sob a pele. Será universalmente rejeitada pelos crentes em Deus, mas universalmente aceito por aqueles que optam contra Deus.”[15]

Analisando o termo grego para “marca” (charagma)
Baseando-se no contexto histórico da época, o Dr. Robert L. Thomas apresenta uma interpretação interessante sobre a marca da Besta que, do meu ponto de vista, é correta:
“A marca deve ser algum tipo de tatuagem ou estigma, semelhante às que recebiam os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João. Na Ásia Menor, os seguidores das religiões pagãs tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filopátor (221-203 a.C.) marcava com o desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento, simbolizando a servidão ao deus Dionísio (cf. 3 Macabeus 2.29). Esse significado lembra a antiga prática de usar marcas para tornar pública a fé religiosa do seu portador (cf. Isaías 44.5), e também a prática de marcar os escravos a fogo com o nome ou símbolo de seu proprietário (cf. Gl 6.17). O termo charagma (“marca”) também era usado para designar as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto, poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas.”[16]
Mark Bailey e Tom Constable, em consonância ao Dr. Robert, comentam: “A marca da Besta é, evidentemente, uma marca  semelhante a uma tatuagem, que irá identificar besta adoradores e lhes permitirá comprar e vender.”[17]


2 – A marca da Besta Será Uma Imitação do Selo de Deus
No capítulo 13, a Besta que emerge do mar (Ap 13.1) simboliza o Anticristo, tendo este poder político sobre os habitantes da Terra. A Besta que emerge da Terra (Ap 13.11) simboliza o assistente ou o porta-voz do Anticristo, que será uma liderança religiosa dedicada a promover uma adoração universal ao Anticristo.[18] Esses dois personagens agem através do poder e da influência do próprio Satanás, que é representado nos capítulos 12 e 13 pela figura do dragão. Desta forma, temos aqui os três personagens principais do período da Tribulação: Satanás, Anticristo e o Falso Profeta.
Ao longo da história, muitos teólogos têm percebido uma semelhança desses três personagens com as três pessoas que compõem a trindade divina. [19] Assim, esses estudiosos entendem que os três personagens formam uma trindade satânica, que é uma imitação maligna da trindade divina.[20] Nesta caracterização maligna, Satanás é imitador de Deus Pai; o Anticristo, de Cristo; e o Falso Profeta, do Espírito Santo.[21] Observando tal fato, o teólogo A. W. Pink comenta:
“Existe uma Santíssima Trindade, bem como uma  Trindade Satânica (Apocalipse 20.10). Nesta Trindade do Mal, Satanás é supremo, assim como na Santíssima Trindade o Pai é (governamentalmente) supremo: note que Satanás é várias vezes referido como um pai (João 8:44, etc.). A seu filho, o Anticristo, Satanás dará sua autoridade e poder para ele representar e agir através do seu nome (Apocalipse 13.4), assim como  o Filho recebeu “todo o poder na Terra e no céu” de seu pai, e usa-o para Sua glória. O dragão (Satanás) e a besta (Anticristo) são acompanhados por um terceiro, o Falso Profeta, e assim como a terceira pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito, que dá testemunho da  pessoa e da obra de Cristo, e o glorifica, da mesma forma a terceira pessoa na Trindade do Mal dará testemunho da pessoa e obra do Anticristo e irá glorificá-lo (ver Apocalipse 13: 11-14).”[22]
 O trecho acima revela o fato que grande parte dos comentaristas, mesmo entre os que sustentam diferentes interpretações de Apocalipse, concorda. Uma vez que reconhecemos essa imitação, devemos observar que a marca da Besta será também uma imitação. A Bíblia afirma que, durante a Tribulação, o Senhor Jesus marcará 144 mil judeus, colocando-lhes um selo na testa (Ap 7.2-8). No capítulo 14, aprendemos que o selo de Deus sobre a testa de 144 mil judeus contemplará os nomes de Deus Pai e de Jesus (Ap 14.1).[23] Tal marca será um sinal da proteção de Deus a esses 144 mil judeus de modo que, durante o nefasto período, suas vidas estejam seguras e guardadas.
Como um barato imitador de Jesus, o Anticristo, durante a Tribulação, também colocará uma marca nos seus seguidores. Por isso, a marca da Besta será uma paródia ou imitação da marca de Deus.[24]  O Dr. John Macarthur comenta que, assim como Deus proverá uma proteção aos 144 mil durante a Tribulação (Ap 7.2-3; Ap 9.4), o Anticristo oferecerá sua (falsa) proteção aos que tiverem sua marca.[25]



3 – A Marca Será o Nome da Besta ou o Número do seu Nome
 “Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome.” (Ap 13.16-17)
             A Bíblia diz que, durante o governo do Anticristo, as pessoas serão marcadas na mão direita ou na testa com o nome da besta ou o número de seu nome (Ap 13.17). Isso significa que o conteúdo visível da marca poderá ser tanto o nome do Anticristo como o número correspondente a esse nome.

A marca Como o Nome do Anticristo
A primeira opção da marca será a do nome do Anticristo. Em Apocalipse 14, vemos um contraste entre o selo de Deus (vs. 1),  colocado na testa dos 144 mil judeus escolhidos, e a marca da Besta (vs. 11), colocada na testa ou na mão direita de seus seguidores. Como demonstrado acima, a marca da Besta é uma imitação ou paródia do selo de Deus. Tanto o selo de Deus como a marca da Besta estão relacionados a nomes. É por isso que no versículo 11, ao fazer referência à marca do Anticristo, a Bíblia a denomina como o sinal do seu nome ou, em outra tradução, a marca do seu nome (Ap 14.11).
Por isso, enquanto o selo de Deus traz os nomes de Deus e de Jesus Cristo escritos na testa de seus seguidores, a marca da Besta será o nome do Anticristo, ou o número do seu nome, escrito na testa ou na mão direita de seus seguidores.
Esse fato fica ainda mais evidente quando lemos atentamente os versículo 16 e 17 de Apocalipse 13. As versões baseadas na tradução de João Ferreira de Almeida fazem uma diferenciação entre a marca, o nome da Besta e o número de seu nome, como se esses três elementos fossem distintos entre si. As traduções mais recentes, como, por exemplo, a NVI e a NTLH, em vez de separar os três elementos (marca, nome e número do nome), explicam que a marca será o nome da Besta ou o número do seu nome:
“…ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome.” (NVI)
 “Ninguém podia comprar ou vender, a não ser que tivesse esse sinal, isto é, o nome do monstro ou o número do nome dele.” (NTLH)
O Dr. Robert L. Thomas explica que este é o sentido correto do texto original e, desse modo, a marca deve ser considerada como sendo o nome da Besta ou o número de seu nome, e não como um elemento distinto destes.[26] Essa interpretação também se encaixa melhor com as informações do capítulo seguinte, em que a marca da Besta é chamada de sinal do seu nome ou, em outra tradução, a marca do seu nome (Ap 14.11). Outro ponto importante é notar que as expressões “marca da Besta” e “marca do seu nome” são usadas indistintamente em passagens semelhantes, dando a ideia de que, de fato, elas são expressões intercambiáveis, e não duas coisas distintas (Ap 14.11; 16.2; 19.20; 20.4). Por isso, a marca da Besta é melhor entendida como sendo o nome do Anticristo ou o número do seu nome. [27]

A marca Como o Número Correspondente ao Nome do Anticristo
A segunda opção da marca será a do número correspondente ao nome do Anticristo escrito nas pessoas. O livro de Apocalipse afirma que o nome do Anticristo possuirá um número correspondente a ele, e que este número será 666 (Ap 13.16-18).[28] O Dr. Arnold Fruchenbaum mostra que a interpretação anteriormente exposta é a conclusão lógica das afirmações encontradas no texto de Apocalipse sobre a marca:
  • A marca será o nome da Besta ou o número correspondente ao seu nome;
  • É possível calcular este número, pois o texto afirma: Quem tem entendimento calcule o número da Besta.
  • O número da besta é 666.[29]
Unindo as informações acima, retiradas a partir do próprio texto bíblico, chegamos à conclusão lógica de que a marca da Besta não pode ser um chip qualquer, contendo um número qualquer, mas uma marca específica contendo dados específicos, no caso, o nome do Anticristo ou o número do seu nome:
“Em um sistema de crédito, todos devem ter um número diferente. Neste caso, todo mundo tem o mesmo número. O objetivo da marca será de servir como um sinal de identificação de quem aceitará o Anticristo como seu Deus. Somente aqueles que têm esse número terão permissão para o trabalho, para comprar, vender, ou simplesmente para ganhar a vida. O versículo não fala de cartões de crédito, sistemas bancários, uma sociedade sem dinheiro, um sistema monetário de único mundial, ou computadores, etc.[30]
Neste tópico, podemos resumir o que foi dito até aqui com as palavras do famoso teólogo dispensacionalista, Charles Ryrie: “O versículo 17 indica que ela [a marca] vai ser o nome da besta ou o número do seu nome (v. 17). Letras gregas também são os números. O número é explicado no versículo 18 como sendo o número 666. Evidentemente, as pessoas vão ser carimbadas com o número 666 ou o nome equivalente a este número.”[31]

O Que Significa Calcular o Número do Nome da Besta?
 A Bíblia diz que o número do nome da Besta é 666. Por isso, ela também orienta que “quem tem entendimento calcule o número da besta” (Ap 13.18). No versículo anterior (Ap 13.17), a Bíblia fala que a marca da Besta será o nome da Besta ou o “número do seu nome” (vs. 16). Calcular o número da Besta, portanto, é o mesmo que calcular o número correspondente ao seu nome. Isso significa que a soma do valor numérico correspondente a cada letra do nome do Anticristo resultará no total de 666. Como observaram muito bem os Drs. Mark Bailey e Tom Constable, a“intercambialidade do nome da besta e do número do seu nome sugere que o nome, escrito em letras, tem um equivalente numérico.”[32]
A prática de calcular o valor numérico de um nome era muito comum nos tempos bíblicos e, entre os judeus, era conhecida como “gematria”.[33] Entre os romanos, ela também era prática bastante comum.[34] Por exemplo, foi encontrada uma inscrição na antiga cidade de Pompeia com a seguinte afirmação: “Eu amo aquela cujo nome é 545”.[35]
Para entendermos como essa prática funcionava, precisamos compreender que as letras do alfabeto hebraico, grego e romano possuem um número relacionado a cada uma delas.[36]Portanto, é possível calcular o número de uma palavra ou frase a partir da soma do valor numérico correspondente a cada letra.[37] Essa prática, por exemplo, foi usada no início da Igreja pelo teólogo Irineu de Lyon em sua tentativa de descobrir a identidade do Anticristo, encontrada na obra Contra Heresias.[38]
Um exemplo bastante comum do uso de letras correspondentes a números são os algarismos romanos, que nós usamos em nosso idioma.[39] Quando nos referimos a um determinado século, geralmente, não usamos algarismos numéricos, mas letras dos algarismos romanos que, como sabemos, possuem um número associado a cada uma delas. Por exemplo, nos referimos ao século quinze (15) utilizando as letras X e V, pois a letra “X” equivale ao número 10 e a letra “V” equivale ao número 5. Logo, somados os valores numéricos correspondes a X e a V, obteremos o total de 15, que é o século ao qual nos referimos.
Da mesma forma, para calcular o número da Besta (Ap 13.18) conforme os dados bíblicos, devemos somar o valor numérico correspondente a cada letra do seu nome; e, fazendo assim, o resultado será o número 666.[40] Alguns estudiosos, como o Dr. Arnold Fruchenbaum, pensam que este cálculo deverá ser feito com o nome do Anticristo transliterado para o hebraico[41]. Outros, como Henry Morris[42] e B. W. Jonhson[43], acreditam que o cálculo deverá ser feito com o nome do Anticristo transliterado em grego, pois o Novo Testamento foi escrito em grego. Neste ponto, não temos informações suficientes para afirmarmos qual das duas opiniões é a correta, pois ambas são possíveis, uma vez que nomes ocidentais podem ser facilmente transliterados para estes idiomas.[44]



4 – O que é o número 666?
Com já vimos, o número 666 representa o número correspondente ao nome de uma pessoa. Porém, ao longo da história, este número foi interpretado e aplicado de diferentes formas. Alguns estudiosos já afirmaram que este número seria, na verdade, a duração do governo do Anticristo. Dentro dessa visão,  “666” foi aplicado a alguns impérios e regimes governamentais que, segundo eles, estavam relacionados ao Anticristo: Império Romano, Islamismo, Nazismo etc.[45]
Outros autores não veem relação nenhuma deste número com fatos históricos, entendendo que ele é apenas um símbolo. Na perspectiva simbólica, os autores contrastam o número 6, que é número de homem, segundo a Bíblia, ao número 7, que é o número relacionado a Deus. Neste contraste, o número 7 é visto como o número que simboliza perfeição divina, enquanto o número 6 é símbolo da imperfeição humana. Alguns autores afirmam que o fato de o número 666 possuir três números 6 em sequência indica que este simboliza o humanismo e até mesmo uma trindade satânica imperfeita.[46]
A primeira visão, de que ”666” corresponde à duração do governo do Anticristo, está, evidentemente, errada. A segunda visão, que é uma interpretação simbólica do número, não está em si mesma errada, pois, de fato, o número realmente é símbolo de homem (Ap 13.18). O erro da segunda visão, portanto, está no fato de que ela só enxerga o simbolismo do número, esquecendo que a Bíblia diz claramente que este é, exatamente, o número correspondente ao nome do Anticristo (Ap 13.17; 14.11).
Isto posto, este número possui um simbolismo – como veremos num tópico posterior que abordará o tema –, contudo, ele também representa algo na realidade: o nome do Anticristo. Esta é a interpretação correta do que é o número 666. Porém, não é o bastante. Muitas pessoas que entenderam a verdade de que esse número corresponde ao nome de uma pessoa, falharam ao aplicá-lo a pessoas erradas. Por exemplo, uma lida em artigos da internet sobre o tema nos mostra que existem estudiosos aplicando este número a diversas pessoas que não são o Anticristo, tais como Nero, Napoleão, Hitler, vários papas da história, Mussolini, Bill Gates, Barack Obama e tantas outras eminentes figuras.

O Número 666 Foi Dado Para a Identificação do Anticristo
Veremos adiante que quem aceitar a marca do Anticristo em seu corpo estará, terminantemente, condenado eternamente ao Inferno. Diante de tal imperativo, Deus proporciona em Apocalipse um meio pelo qual as pessoas poderão identificar o Anticristo, a fim de não receberem inadvertidamente sua marca maligna que selará o destino eterno dessas pessoas no Inferno.
Um dos meios pelos quais as pessoas poderão identificar o Anticristo, durante o período da Tribulação, é através da sua marca e do cálculo do valor numérico correspondente a seu nome:Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis.” (Ap 13.18). Em seu excelente comentário de Apocalipse, o Dr. Robert L. Thomas afirma que o motivo principal dessa ordem divina, ou seja, de calcular o número da Besta, é para que os futuros cristãos que estiverem na Tribulação possam identificar o Anticristo.[47] Isto será necessário, visto que a Tribulação será um tempo de enganos terríveis sobre a Terra. A Bíblia afirma que o Anticristo e o Falso profeta enganarão as pessoas, pois eles serão homens poderosos que, mediante o poder de Satanás, realizarão sinais e maravilhas que encantarão o mundo inteiro:
 “E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à Terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.” (Ap 13.13-15)
Ao se referir ao Anticristo, o apóstolo Paulo diz que vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o poder, com sinais e com maravilhas enganadoras. Ele fará uso de todas as formas de engano da injustiça para os que estão perecendo” (2Ts 2.9-10) Observe a expressão “maravilhas enganadoras”, em que o resultado de todos os sinais e maravilhas indica que muitas pessoas serão enganadas para aceitar a marca da Besta:
“Mas a besta foi presa, e com ela o falso profeta que havia realizado os sinais miraculosos em nome dela, com os quais ele havia enganado os que receberam a marca da besta e adoraram a imagem dela.” (Ap 19.20).
De acordo com o texto bíblico, aqueles que receberem a marca da besta serão “enganados”. Portanto, esta marca mortal deve envolver algum tipo de engano e ilusão, levados a efeito com os sinais realizados pelo Falso Profeta e pelo Anticristo.[48]
Levando em conta este tempo conturbado e cheio de enganos, as informações sobre a marca e o número 666 foram dadas para que as pessoas, durante a Tribulação, tenham uma maneira objetiva para identificarem o Anticristo, através do cálculo do número de seu nome,  a fim de não receberem sua marca maligna.

O Simbolismo do Número 666
O número 666, presente na marca da Besta, será um número literal colocado nas pessoas e corresponderá ao nome do Anticristo. Este número literal, porém, possui um significado simbólico, conforme explica o Dr. Paul Benware nas seguintes palavras: “O número 666 deve ser entendido como o valor numérico do nome da Besta, mas este número também possui um significado simbólico.”[49]
Dentro do simbolismo bíblico, os autores acreditam que o número 6 é um número que está relacionado ao homem (Ap 13.14), enquanto o número 7 está relacionado a Deus. Por exemplo, na criação, Deus descansou ao sétimo dia; o candelabro que representa as 7 igrejas de Deus tinha 7 lâmpadas. Também lemos, em Apocalipse, a respeito dos 7 espíritos de Deus, dos 7 selos, dos 7 trovões que saem do seu trono, dos 7 anjos, das 7 trombetas e das 7 taças de sua ira.[50] Isso mostra que há uma associação direta entre Deus e o número 7, que representa sua perfeição e totalidade.
O número 6, por sua vez, como já foi dito, está ligado ao homem. Durante a criação, o homem foi criado no sexto dia. Deus estabeleceu 6 dias da semana para que ele trabalhasse, bem como ordenou que o sétimo dia fosse santificado para Deus. A maioria dos teólogos que oferece uma explicação simbólica deste número entende que o número 6 representa algo imperfeito e incompleto, enquanto o número 7 representa a totalidade e a perfeição de Deus. Durante a Tribulação, o Anticristo, mesmo sendo homem, se autodeclarará Deus e exigirá que todo o mundo o adore. Porém, mesmo se autodeclarando Deus e recebendo adoração de todo o mundo, ele continuará sendo apenas um homem, um personagem da trindade satânica representada pelo “666”.[51]
Desde que o número 6 está ligado ao homem, podemos postular que este número também possui relação com o humanismo crescente em nossa sociedade, que terá seu auge no governo do Anticristo. Nos últimos séculos, é notório o fato de que o homem tem se tornado a medida de todas as coisas. Seu conceito de moralidade não é mais fundamentado na realidade, ou seja, nos princípios morais eternos e imutáveis, mas na vontade subjetiva humana. Lançando-se no mar de subjetividade chamado relativismo, a vontade humana se tornou a medida do que é certo e errado e, até mesmo, a medida da própria verdade.
Em consequência, temos visto nossa sociedade experimentando uma mudança radical em seu eixo e, conceitos que outrora eram sagrados, têm sido vilipendiados à luz do dia. Essa mudança cultural que vem ocorrendo no ocidente pode ser observada, em especial, a partir da década de 60, quando houve uma revolução cultural e sexual através de um movimento que ficou conhecido como “contracultura”, do qual vieram os hippies incentivando o uso de drogas, o sexo livre, o interesse pelas religiões orientais (Nova Era) e demais eventos que contribuíram para o esfacelamento da base moral da cultura ocidental, elevando ainda mais a vontade e o desejo humanos ao ponto de se tornarem o fim último da existência. Para esse movimento, a única regra era a de que regras não existiam. Logo, vimos surgir uma sociedade hedonista que se entregou inconsequentemente aos prazeres imediatos da vida, estes sendo consequência natural do humanismo.
Todas essas mudanças foram vistas com bons olhos pelos líderes do movimento da Nova Era, que as entendiam como um passo necessário para o advento da Era de Aquário e para o surgimento do seu messias, denominado Maytreia. Esse messias novaerense é, na verdade, o Anticristo de que a Bíblia fala, ou seja, a Besta da expressão “marca da Besta”. Isso nos leva a entender que o cenário mundial está sendo preparado para a revelação do Anticristo ao mundo. 


5 – Todos os Homens da Terra Serão Obrigados a Receber a Marca da Besta
A Bíblia nos deixa claro que, quando o Anticristo estabelecer seu governo global, todas as pessoas da Terra serão obrigadas a receberem sua marca como sinal de lealdade e devoção:
Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa” (Ap 13.16)
O texto bíblico faz referência a pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, o que, segundo Gwyn Pugh, é uma forma retórica para se referir à totalidade da humanidade.[52] Por isso, de todos os homens, o Anticristo exigirá a aceitação de sua marca. Independente de quanta influência e poder possuirá a pessoa (pequenos e grandes), de quantos bens e riquezas (ricos e pobres) ou de qual classe social ela pertencerá (livres e escravos), se ela não aceitar a marca do Anticristo, será perseguida.
Durante o governo do Anticristo, não haverá neutralidade: ou a pessoa o aceita recebendo sua marca ou ela será duramente perseguida.[53] Como diz o teólogo Mark Hitchcock, o slogan da campanha política do Anticristo será bem simples: “aceite minha marca e me adore ou morra de fome!”.[54] Não haverá meio termo nem terceira opção. O Dr. Arnold Fruchebaum explica que a pessoa que não aceitar a marca da Besta não poderá comprar, vender, trabalhar, nem mesmo transitar livremente nas ruas, as quais terão forte sistema de vigilância para identificar aqueles que não possuem a marca.[55]
O império do Anticristo irá manter um rigoroso controle econômico sobre todo o mundo. Alimentos, roupas, suprimentos médicos e as outras necessidades da vida serão itens disputados  numa  terra devastada. Porém, só poderão adquiri-los quem possuir em si, na mão direita ou na testa, a marca do Anticristo.[56] A Bíblia é bem clara sobre este ponto:
“Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa,  para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome.” (Ap 13.16-17)
Seja para ir ao médico, à farmácia, ao supermercado ou a qualquer outro lugar, será necessário carregar em si a marca do Anticristo, caso contrário a pessoa será perseguida. [57] Todos aqueles que forem encontrados andando na rua sem a marca serão presos e, na maioria dos casos, mortos.
Tal perseguição será cruel e sem precedentes na história, pois o Anticristo será o ser humano mais cruel, sanguinolento e bárbaro nunca antes visto. Em Apocalipse 13.1, o Anticristo é simbolizado por uma Besta que emerge do mar. Em Daniel 7, o reino do Anticristo vem do quarto animal, que é também uma besta selvagem. Em Apocalipse 17, o Anticristo é simbolizado por uma besta sobre a qual a mulher está assentada. O termo grego para besta (gr. qhrion), que é aplicado ao Anticristo, é o mesmo termo usado para se referir a um animal selvagem, feroz, predador e sanguinário.[58] Por isso, este termo nos revela um pouco do caráter cruel e sanguinolento do Anticristo, que será um ditador terrível, e exterminará milhões e milhões de vidas.[59] Este homem fará Hittler e Stalin parecerem assassinos amadores; ou, como diz Daymond Duck, ele fará Hittler parecer um anjinho adorável.[60] Para Thomas Ice e Thimothy Demy, o “Anticristo não só representa o ápice da maldade humana, como também a personificação da maldade humana e satânica”.[61] Por causa de sua maldade e crueldade, muitas serão as vidas ceifadas durante seu governo:
“Vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus. Eles não tinham adorado a besta nem a sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos.”(Ap 20.4).


6 – Quem Aceitar a Marca da Besta Estará Condenado Para Sempre ao Inferno
Quem aceitar a marca da Besta durante a Tribulação terá grandes benefícios temporais e comerciais que lhe darão direito de comprar, vender e andar “livremente” nas ruas, como foi afirmado acima. Entretanto, espiritualmente falando, quem aceitar a marca da Besta estará perdido para sempre.[62] Esta será uma escolha irreversível que selará o destino eterno das pessoas ao Inferno, conforme se lê no texto bíblico abaixo:
“Um terceiro anjo os seguiu, dizendo em alta voz: “Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber a sua marca na testa ou na mão, também beberá do vinho do furor de Deus que foi derramado sem mistura no cálice da sua ira. Será ainda atormentado com enxofre ardente na presença dos santos anjos e do Cordeiro” (Ap 14.9-10) 

7 – O Falso Profeta Promoverá, Através de Sinais e Maravilhas, a marca da Besta.
 “Exercia toda a autoridade da primeira besta, em nome dela, e fazia a terra e seus habitantes adorarem a primeira besta, cujo ferimento mortal havia sido curado. E realizava grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à vista dos homens.  Por causa dos sinais que lhe foi permitido realizar em nome da primeira besta, ela enganou os habitantes da terra. Ordenou-lhes que fizessem uma imagem em honra da besta que fora ferida pela espada e contudo revivera. Foi-lhe dado poder para dar fôlego à imagem da primeira besta, de modo que ela podia falar e fazer que fossem mortos todos os que se recusassem a adorar a imagem. Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa” (Ap 13.12-16)
Este texto nos mostra o contexto no qual a marca aparecerá ao mundo, sendo exigida. Neste ponto da história, aparecerá um grande líder religioso no mundo conhecido como Falso Profeta, pois a Bíblia não nos informa seu nome. O texto diz que o mundo todo se maravilhará diante desse homem, tendo em vista que ele realizará grande sinais e maravilhas, chegando a fazer, até mesmo, descer fogo do céu à Terra à vista de todos os homens (Ap 13.13). Com seus sinais, diz a Bíblia, ele enganará as pessoas (Ap 13.14) e fará com que elas adorem ao Anticristo (Ap 13.12). E, dentro desse contexto de adoração, após a imagem do Anticristo ter falado e todo o mundo ter se maravilhado ante ela (Ap 13.14), a marca da Besta será exigida.
Diante de tudo isso, se percebe que, quando a marca da Besta for apresentada ao mundo, haverá uma campanha em escala mundial para que as pessoas a aceitem. O promotor chefe desta campanha será o Falso Profeta, que a realizará através de muitos sinais e maravilhas.

8 – A Aceitação da Marca da Besta Será Uma Forma de Adoração ao Anticristo
O Anticristo, quando se tornar um governante mundial, exigirá adoração de todos os seus súditos e todos os seus adoradores serão identificados por esta marca. No capítulo 13 de Apocalipse, observamos que as pessoas seriam enganadas pelos grandes sinais e maravilhas realizados pelo Falso Profeta (Ap 13.14) para que elas adorassem o Anticristo e recebessem sua marca. Esse engano não significa que as pessoas receberão inadvertidamente a marca, nem mesmo que não saberão que estarão, com isso, adorando o próprio Anticristo.[63] A própria identificação do Anticristo através do número de seu nome, o 666, é para dirimir qualquer dúvida quanto a isso. Assim, esse engano significa que as pessoas, deslumbradas pelos sinais e maravilhas realizados pelo Falso Profeta, acreditarão, com efeito, que o Anticristo é Deus, o verdadeiro salvador do mundo – mundo este que, nesse período da história, estará um verdadeiro caos: com guerras, crise financeira, fome etc.
Ao enxergar o Anticristo como o salvador e a solução do mundo caótico, as pessoas se entregarão a ele com lealdade e devoção. E para demonstrem isso, elas irão, deliberadamente, aceitar a sua marca – o sinal visível de que elas são adoradoras do Anticristo. Por isso, todas as pessoas que aceitarem a marca da Besta estarão, também, conscientes e, resolutamente, reconhecendo o Anticristo como Deus.
O principal aspecto da marca é o espiritual e não o comercial, como pensam alguns. Nos tempos bíblicos, especificamente nos do apóstolo João que escreveu o Apocalipse, a marca era um símbolo de posse.[64] Assim como nos dias de hoje, a marca colocada num animal é o símbolo que identifica a quem ele pertence. No mundo antigo, as pessoas que eram devotas a algum deus tatuavam-se com a marca daquele deus, a fim de demostrarem sua devoção àquela divindade. O Dr. John Macarhtur faz referência a este fato ao dizer que alguns “dos antigos cultos místicos possuíam tatuagens que identificavam os seus membros devotos.”[65] O Dr. Robert L. Thomas discorre sobre este fato com mais detalhes nas seguintes palavras:
“A marca deve ser algum tipo de tatuagem ou estigma, semelhante às que recebiam os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João. Na Ásia Menor, os seguidores das religiões pagãs tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filopátor (221-203 a.C.) marcava com o desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento, simbolizando a servidão ao deus Dionísio (cf. 3 Macabeus 2.29). Esse significado lembra a antiga prática de usar marcas para tornar pública a fé religiosa do seu portador (cf. Isaías 44.5), e também a prática de marcar os escravos à fogo com o nome ou símbolo de seu proprietário (cf. Gl 6.17). O termo charagma (“marca”) também era usado para designar as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto, poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas.”[66]
Observando, portanto, o contexto histórico, como também o gramatical 13, podemos concordar com o Dr. John Marcarthur que, durante a Tribulação, quando uma pessoa receber a marca da Besta, ela estará conscientemente aceitando adorar o futuro autodeclarado deus, o Anticristo, que exigirá dela adoração.[67]
PS. Este artigo foi retirado do livro “A Marca da Besta“, que será o primeiro publicado da coleção “A Verdade Sobre…“.
Aguarde!!!


Notas
[1] João Calvino. As Institutas da Religião Cristã: vol 2. Pg 500
[2] Confissão de Fé de Westminster. <http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm>. (acesso 25/10/2014)
[3] Michael de Semlyen. All Roads Lead to Rome. Pg 205
[4] Spurgeon, C. H. Vol. 42Spurgeon’s Sermons: Volume 42.
[5] Nichol, F. D. The Seventh-day Adventist Bible Commentary (Ap 13:17).
[6] Nichol, F. D. The Seventh-day Adventist Bible Commentary (Ap 13:17).
[7] Hendriksen, William. More Than Conquerors. Pg 150
[8] C. Marvin Pate. As Interpretações de Apocalipse. Pg 71
[9]Beckwith, I. T. The Apocalypse of John. Pg 641
[10]KJV Bible commentary. Pg. 2691
[11]Thomas, R. L. Revelation 8-22: An exegetical commentary. Pg 180
[12] Thomas, R. L. Revelation 8-22: An exegetical commentary. Pg 180)
[13]Gwyn Pugh. 1, 2, 3 John & Revelation. Pg 343.
[14] Hitchcock, Mark. Who Is the Antichrist? (Kindle Location 1467).
[15] Rhodes, Ron. Unmasking the Antichrist. Pg 174
[16] Robert L. Thomas, Revelation 8-22. Pgs. 179-80.
[17] Bailey, Mark; Tom Constable. Nelson’s New Testament Survey. Pg 638
[18]Walter A. Elwell and Barry J. Beitzel, Baker Encyclopedia of the Bible. Pg 1404
[19]Osborne, G. R. Revelation. Pg 517
[20] Thomas Ice e Timothy Demy. O Anticristo e Seu Reino. Pg 47
[21] Thomas Ice e Ed Hindsom. Enciclopedia Popular de Profecia Bíblica. Pg 49
[22] A. W. Pink. The Antichrist Will be the Son of Satan.
[23]Bass, R. E. Back to the Future. Pg 315
[24] Rhodes, Ron. Unmasking the Antichrist. Pg 169.  Ver também: Stanley Horton. The Ultimate Victory (Kindle Locations 3701-3702); Arnold Fruchtenbaum. The footsteps of the Messiah. Pg 250; Robert L. Thomas. Revelation 8-22. Pg 180
[25] John MacArthur.  Revelation 12–22. Pg 63
[26] Robert L. Thomas. Revelation 8-22. Pg 182
[27] Beckwith, I. T. The Apocalypse of John. Pg 641
[28] J. Hampton Keathley III. Studies in Revelation (Ap 13:17).
[29] Arnold Fruchtenbaum. The Footsteps of the Messiah. Pg 173.
[30] Arnold Fruchtenbaum. The footsteps of the Messiah . Pg 251
[31] Ryrie, Charles C. Revelation- Everyman’s Bible Commentary (Kindle Locations 1531-1533).
[32] Bailey, Mark; Tom Constable. Nelson’s New Testament Survey. Pg 638
[33] Robert L. Thomas. Revelation 8-22. Pg 181
[34] Yeatts, J. R. Revelation. Pg 252
[35] Osborne, G. R. Revelation. Pg 519
[36]Thomas, R. L. Revelation 8-22. Pg 183
[37]Barton, J., & Muddiman, J. Oxford Bible commentary (Ap 13:11).
[38] Irinaeus. Against Heresies. 5.30
[39] John F. Walvoord. Prophecy in the New Millennium. Pg 77
[40] Tim Lahye e Ed Hindson. Enciclipédia Popular de Profecia Bíblica. Pg 309
[41] Fruchtenbaum, A. G. The footsteps of the Messiah. Pg 251
[42] Henry M. Morris, The Revelation Record. Pg 255.
[43]Johnson, B. W. The people’s New Testament. Pg 472
[44] Ver uma pequena discussão sobre o assunto em: Hal Harless. Conservative Theological Journal Volume 7: The Beast and His Mark in Revelation 13. Pg 345
[45] Osborne, G. R. Revelation. Pg 520
[46] Ver, por exemplo, Simon Kistemaker em Exposition of the Book of Revelation. Pg 395
[47]Thomas, R. L. Revelation 8-22. Pg 184
[48] Wohlberg, Steve. Decoding the Mark of the Beast (Kindle Locations 48-50).
[49] Benware, Paul.  Understanding End Times Prophecy (Kindle Locations 2973-2974).
[50] David Jeremiah. The Coming Economic Armageddon. Pg 147
[51] Warren Wiersbe. Comentário Expositivo do Novo Testamentovol 2. Pg 771
[52]Gwyn Pugh. 1, 2, 3 John & Revelation.Pg 343.
[53] Rhodes, Ron. Unmasking the Antichrist. Pg 171
[54] Hitchcock, Mark. Who Is the Antichrist? (Kindle Location 1559)
[55] Arnold Fruchtenbaum. Footsteps of the Messiah. Pg 250-251.
[56]MacArthur, J. Revelation 12-22. Pg 63
[57] Duck, Daymond R. The Smart Guide to the Bible Series (Kindle Locations 3574-3575).
[58] MacArthur, J. F., Jr. Revelation 12–22. Pg 41. Ver também: Rhodes, Ron (2012-03-01). Unmasking the Antichrist. Pg 124
[59] Ron Rhodes. 40 Days Through Revelation. Pg 156
[60] Duck, Daymond. The Smart Guide to the Bible Series (Kindle Location 3534).
[61] Thomas Ice e Thimoty Demy. O Anticristo e Seu Reino. Pg 18
[62] LaHaye, Tim; Jenkins, Jerry B.  Are We Living in the End Times? (Kindle Location 2899).
[63] Rhodes, Ron. Unmasking the Antichrist.Pg 171. Ver também Tim LaHaye e Jerry Jenkins.  Are We Living in the End Times? (Kindle Locations 2894-2895).
[64] Lothan Coenen. Dicionário Internacial de Teologia do Novo Testamento. Pg 1263
[65] John MacArthur. The MacArthur Study Bible. In Loco
[66] Robert L. Thomas.  Revelation 8-22 . Pgs. 179-80.
[67]MacArthur, J. Revelation 12-22. Pg 63
 AUTOR: LEONARDO COSTA

2 comentários:

  1. Boa tarde, estou preparando umas apostilas para o curso de teologia médio, gostaria de saber se posso usar esse material? (citarei as fontes)

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    1. Boa tarde Ronaldo. Sim, fique a vontade. Grato por comentar.

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